Desporto no Mundo (DnM) - Depois
de uma época em que se pode considerar de boa na AD Paredes do Bairro, porquê o
regresso à AR Aguinense?
Luis Pedro Bandarra (LPB) – É
verdade. Em primeiro lugar quero deixar claro que foi com muito orgulho que
representei o Paredes. Foi um projeto que tive pena de não poder dar
continuidade, porque criámos realmente um grande espirito de equipa entre
atletas, treinadores e fisioterapeuta. As razões desta interrupção agora não
interessa explicar, mas se não fossem essas mesmas razões estou convencido que
hoje teríamos uma grande equipa e a lutar pelo 1º lugar. O regresso ao
Aguinense? Bem, regressei porque fui convidado e apresentaram me um projeto bom
também. Apresentei algumas condições e todas elas foram aceites. Deste modo,
como havia e há uma grande vontade minha em voltar a fazer do Aguim um clube
desejado e respeitado pelos melhores atletas, aceitei o desafio.
DnM – Como estão a decorrer estes
primeiros tempos?
LPB – Posso dizer que estão a
decorrer com mais dificuldade do que esperava. Mas nada que eu e a minha equipa
técnica não consigamos resolver. Como sabe há o projeto para a colocação do
sintético em Aguim. Desse modo, tivemos de nos mudar de armas e bagagens para
Anadia, a fim de realizar os nossos treinos, uma vez que o nosso campo já se
encontra em obras. Depois de uma análise aos atletas do ano anterior, fiz uma
seleção dos que realmente me interessava trabalhar e com os reforços que pedi,
construímos uma equipa nova. Além disso, na pré – época os atletas foram
chegando à vez, ora por estarem de férias, ora por causa do trabalho, ou outros
motivos. Houve ainda atletas com lesões. São alguns dos motivos para que as
coisas ainda não estejam a funcionar como quero e desejo.
DnM – Em termos de plantel. Tem
todos os atletas que queria?
LPB – Um treinador jamais pode
dizer que tem todos os atletas que quer. Mas neste caso, posso dizer que sim,
para este nível, para as posses que o Aguinense tem neste momento, tenho todos
os atletas que desejei. Apenas aguardamos a chegada de um atleta (Samuel) que
se encontra no estrangeiro e virá em Novembro. Há um outro atleta que gostaria
de ter, que se tinha comprometido connosco e depois alegou falta de vontade que
foi o Fábio Gorjão. De resto tenho todos com quem quis trabalhar. Mas deixo um
alerta a quem não me conhece bem. Conto com todos os
que estão dispostos a sacrificarem-se pelo clube e por mim. Aqueles que me passam
a mão no ombro no momento e depois me traírem, vão ter caminho difícil pela
frente.
DnM – Quer-nos contar o que se
passou com os atletas Miguel Sécio e o César?
LPB – Sim, vou abrir uma exceção
e contar a verdade. Fala-se muita coisa e pouca coisa certa. Quando a direção
do Aguinense me abordou para esta época, disse-me que tinham convidado todos os
atletas da época anterior. Fantástico, disse eu. Até que enfim que começam a
trabalhar como deve ser na distrital. Mas, vinquei isso, que eu não seria obrigado
a ficar com todos no plantel este ano. Viriam treinar e depois com os reforços
que tinha para trazer iriamos fazer o plantel para este ano. Antes de começarem
os treinos fiz uma análise ao plantel anterior e escolhi, mesmo sem treinarem,
os que queria para esta época. Logo aí, os dois atletas que referiu não
entravam nas minhas escolhas. O Miguel, não entrava, não porque não tivesse
valor e fosse uma mais-valia, mas simplesmente porque da última vez que foi meu
atleta não correspondeu ao que esperava dele em termos de assiduidade aos
treinos e comportamento em campo. Não posso aceitar que um atleta me diga que
não treina porque não lhe apetece, etc etc. Esse é o verdadeiro motivo pelo
qual não o quis no plantel este ano. Nada me garantia que não fizesse o mesmo
esta época. Mais tarde soube que também tinha dito a alguns diretores que não
tinha disponibilidade para jogar este ano. Que isto fique bem claro. Este foi o
motivo e não por causa de outro atleta, minha escolha desde a primeira hora,
com quem não se dá. Quanto ao César, também meu atleta na minha última passagem
pelo clube, as razões foram de ordem técnica e de comportamento para comigo
nessa época.
DnM – Perspetivas para esta
época?
LPB – As perspetivas com este
plantel têm obrigatoriamente de ser elevadas. Agora em termos de realidade,
está a ser mais difícil do que esperava. Temos um presidente que dá o que tem e
não tem, temos um diretor desportivo que ainda se está a adaptar ao cargo e nós
a ele mas que tem sido de um apoio bom e temos sempre o diretor de campo
presente ao treinos. Trabalho com uma equipa técnica que se complementa de uma
forma fantástica (Pops e Marco Cadeiras) e um plantel maior do que desejava mas
que aos poucos me vai dar o que quero porque vão perceber que o que quero é o
melhor para eles. Só não posso estar contente com as criticas que temos sido
alvo de uma pessoa que escreve para um órgão de comunicação social da região e
que está por dentro do que se passa com a equipa. Ninguém está imune a críticas,
e eu como treinador muito menos, mas acho que se tem ultrapassado todos os
limites. Sinto quase como um ataque pessoal. Não é assim que se melhora, que se
dá confiança a um grupo novo e que se está a formar, porque a equipa sente a crítica
como a atingi-la. Pede-se mais carinho e respeito por todos.
DnM – Quer deixar algum apelo aos
nossos leitores?
LPB – Sim quero deixar claro que
é com muito orgulho que estou a servir o Aguinense e não a servir-me dele.
Quero apelar a todos os sócios e simpatizantes que compareçam aos jogos a
apoiar, porque queremos voltar a ter uma equipa que orgulhe todos os “Guinatos”
e ganhe jogos todos os domingos e que os atletas queiram representar este
histórico da bairrada. E ainda que colaborem com esta direção porque mais uma
vez volto a afirmar são fantásticos naquilo que fazem.
CB